terça-feira, 26 de outubro de 2010

Corte de cabelo no "Albergue"

A idéia de voltar a Praga era pegar minhas muambas e voltar à Polônia, mas como rolou o lance da União Européia eu pensei que poderia ficar por lá. Logo pela manhã liguei para embaixada para marcar um novo horário com o cônsul. Feito isso a Sra. Hakkinen apareceu avisando que tínhamos um convite para ir numa festa. A namorada de seu filho mais velho estava se formando e seria legal que eu fosse. Topei a parada, mas tinha um pequeno detalhe. Eu precisava cortar a minha juba.

Como Jerry, o mais novo dos Hakkinen, também estava cabeludo, a senhora Hakkinen resolveu levar-nos a sua cabeleireira de confiança. Eu fiquei logo bolado, porque não é qualquer um que sabe cortar cabelo duro. Tá, o meu não é tão duro, mas comparado aos cabelos tchecos o meu era “hardcore”.

- Não tem problema, Belino. Ela tem marido de cabelo diferente também, vai fazer um bom trabalho em sua cabeça. – já viu que esse negócio não iria dar certo, né?

Saímos os três para arrumar as cabeleiras. Seguimos em direção ao centro, e paramos na estação Muzeum, onde trocamos de linha. Paramos umas duas estações antes de onde ficava o maior shopping de Praga. Era um lugar residencial. Eu ainda não tinha passado por ali, mas por algum motivo me lembrava algumas ruas polonesas. Bem estranho mesmo.

Chegamos a um prédio e a Sra. Hakkinen usou o interfone. Jerry e eu estamos com ela, mas sem vontade nenhuma de participar dessa seção de beleza. Era melhor ter ficado em casa jogando Halo, mas como eu precisava apresentar-me bem para a bendita festa, o corte de cabelo era necessário, além do mais, meu cabelo quando grande é algo bem feio.

A porta se abrir diante a nós. Havia um pequeno corredor defronte. Era escuro e nele uma escada. Você já assistiu “O Albergue”? Pois bem, me senti no filme. Era o mesmo clima. Coisa de louco mesmo. O cheiro também era bem estranho. De coisa velha. Jerry pareceu não se importar e passou na frente subindo as escadas. Eu fiquei olhando e hesitando entrar, enquanto a Sra. Hakkinen dizia:

- Vamos, estamos atrasados.

Parece bobagem, mas eu pensei: “Será que agora vão arrancar minhas tripas como no filme só porque não casei com a filha dela?”. Isso ficou só no pensamento e fui subindo calado.  Na escadaria havia algumas janelas de vidro que deixavam a luz entrar, só que ela vinha “cortada” por grades de vidro, o que deixava o ambiente mais sinistro. Chegamos ao último andar e uma porta se abriu.

Uma loira sorriu e começou a conversar com a senhora Hakkinen. Entramos; era uma pequena sala com acessórios de salão de beleza. Consegui respirar tranqüilo assim que tirei aquelas cenas fortes do filme de minha cabeça. Jerry seria o primeiro a cortar a juba e eu iria em seguida. Peguei uma das revistas de fofoca de artistas tchecos pra dar uma olhadinha enquanto esperava.

O corte de Jerry não demorou muito e logo era minha vez. A mulher mandou-me sentar a cadeira. Aconcheguei-me e ela veio com a capa protetora. Foi aí que começou o pepino. Ela perguntou algo sobre o corte e eu lá com minha cara de bunda. A mulher não falava nada em inglês, NADA. Eu sinalizava de um lado, apontava de outro, amassava a cabeleira para mostrar a altura... a coisa estava complicada. Peguei e pedi a Jerry que traduzisse para mim:

- Você é a profissional aqui, faz o que achar que fica bom.

Jerry traduziu a frase e ela falou:

- Dobrý. – ou algo do tipo, já não lembro muito da língua tcheca.

Ela começou o corte. Picota daqui, máquina raspando acolá. Que tristeza, eu olhava o corte sendo feito no espelho e via a cagada sendo feita. Não era nada parecido com o meu corte tradicional. Deixe pra lá. Se ficasse pior que aquilo iria pedir para raspar. Era melhor ficar careca.

O corte foi feito. Eu sinceramente não gostei, ficou bem esquisito. Ainda mais com o penteado que ela me arrumou. Fazer o quê? Ao menos eu sabia que o cabelo cresceria novamente, ainda teria salvação. Talvez com um penteado diferente desse para passar despercebido na festa. Deixa pra lá.

A Sra. Hakkinen iria fazer algo demorado no cabelo e disse para irmos para casa. Falou que pagaria tudo e que eu não me preocupasse. A noite por volta das 10 teríamos a festa para ir. Jerry e eu voltamos para o apartamento para aproveitar o resto da tarde e jogar um pouco de videogame. A noite prometia...

BR Na Europa!

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7 comentários:

  1. Seria bom botar uma foto do desastre, se vc tiver claro :).

    Já que vc esqueceu a camera aqui ( :s ).

    []s

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  2. @Julian no próximo post eu mostro. Tirei algumas fotos nessa festa, mas o cabelo tava arrumadinho hehe

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  3. HaushAUHsaUH, é foda "cabelo ruim" =P, eu costumo dizer que meu cabelo tem uma leve decendência africana xD aushAUshaUshaUH!

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  4. Hahahahaha
    velho seu cabelo deve ter ficado onda. Eu no seu lugar ia preferir ficar com a juba. To curtindo muito as histórias do seu blog hehehe
    Abraço,

    Jopa

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  5. ENFASE: "meu cabelo quando grande é algo bem feio"
    me lembrei da época q c tava com o cabelo mto bizarro lá na faculdade huaihauihauia
    Como diria tiririca: Ô minino linduuuuuuuuu!

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  6. KKKKKKKKKKK cara! Foi tremenda sua idéia,eu estava eté um pouco triste comecei a ler mim divertir muito, afinal vc é neto de chuva grossa o encantador.Brincadeira vc é mesmo uma estrela aproveita e brilha.

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