terça-feira, 8 de março de 2011

Papo de Boleiro

O dia seguinte é sempre um transtorno. Uma inhaca de cerveja tomava conta de meu corpo e tá pensando que acabou? Nahh te peguei! Acabou sim. Nada de cerveja. Ao menos a ressaca não era das piores. Nada que um banho não resolvesse. Iríamos sair para ver algo no centro e depois visitar um amigo. Esse era o plano.

Arrumamo-nos e saímos de casa. Fomos direto ao centro da cidade para verificar alguma coisa que agora não me vem a cabeça. Aproveitei e dei uma paradinha numa loja onde vi uma jaqueta legal com um bom preço. Já que ficaria até Março, seria ideal comprar uma jaqueta para tal estação. Claro que ficar bonitinho para fotos também é legal, mas que se dane, nem máquina fotográfica eu tinha. Haha.

Resolvemos o tal pepino e voltamos para casa. Deixamos as coisas lá e almoçamos. Era por volta das 15h quando saímos novamente. Iríamos do outro lado da cidade visitar uns amigos. Eram meio bolivianos, meio brazucas que viviam em Köln há um tempo. Pegamos o carro e partimos. Indubtavelmente eu estava mais perdido que agulho na palheiro. Se me deixassem ali eu não saberia ir para canto algum. Mas estava seguro, achava eu.

Após alguns minutos perdido na direção meu primo se achou. Chegamos à casa do pessoal e fomos bem recebidos. Havia alguns familiares deles que os estavam visitando. E o mais legal foi ouvir o Portunõl dos bolivianos, ou eram peruanos? Já não me lembro. O que me recordo agora foi que me ofereceram uma tal feijoada que não pude recusar. Havia dois meses que não comia um bom feijão e qualquer coisa que aparecesse num prato que fosse preto e parecesse feijão eu estaria me deliciando. E foi isso mesmo. Um famoso sobe-desce que parecia feijão e que ao invés de carne tinha pedaços de salsicha. Coisa de louco, a qual eu não poderia jogar fora. Seria uma afronta e o que fiz foi entupir o prato de farinha e pimenta, para comer aquela coisa.

Enquanto comia conversávamos sobre futebol e chuteiras. Os presepeiros eram metidos a boleiros, e para falar a verdade o único boliviano que acho que joga bola é o Marcelo Moreno, e olha que ele tem sangue BR. Pois bem, enguli aquele feijão enquanto eles arrumavam a pelada. Seria aquela noite e jogariamos com uns sulamericanos em Köln.

Pois bem, arrumei com eles uma chuteira e voltamos para casa para nos trocarmos. O problema ficou quando meu primo fez um falso marketing com meu nome. “Joga muito, é o novo Kaká”. Quem me conhece sabe que eu sou meio perna de pau, faço umas palhaçadas mas jogar pra valer é meio ruim de acreditar. Como a propaganda havia sido feita, eu tinha que mostrar serviço em campo.

Pegamos as muambas e fomos para o campo. Cheguei na maior marra, chuteiras nike total 90, e futebol do Nei Paraíba. Eu joguei... marquei gol... mas eu não aguentava nem mesmo correr. Pior, o jogo estava bem pegado e corrido, para um perna de pau sem preparo físico algum era como morrer. Mas eu sobrevivi. Também ninguém falou mal da minha qualidade técnica. Apenas meu primo é claro.


Você deve estar dizendo agora: “Pow demorou tanto tempo pra postar pra dizer essa meleca?”

Claro que não, demorei para postar porque não tenho tido tempo. Mas quem disse que o post acabou?

Após a pelada começa sempre a resenha do futebol. E adivinha? O espanhol predominava. E eu lá falo espanhol? Claro que sim, todo brasileiro fala espanhol. Ou não é verdade? É o que pensamos. Mas eu me comunicava até bem com um portuñol arranhado e desengonçado. Ao menos todos pareciam entender.Até que um venezuelano soltou.

- Si quieres podemos jugar de nuevo en dos días.
- Yo no puedo, tengo que volver a Polonia en la “terça-feira”.

E foi o suficiente para arrancar risos e olhares estranhos para que eu voltasse para casa sendo zoado pelo meu primo.

BR Na Europa!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Köln - Hora de Mimir...



Às vezes me pergunto: Seria muita zica para uma pessoa só? É difícil compreender como um dia que ia tão bem poderia cagar de uma maneira tão rápida. Digamos que eu sabia mais ou menos o nome do bairro onde meu primo morava, mas acha que um embriagado conseguiria pronunciar a parada direito para um táxi ou algo do tipo? Eu acho que não. Como eu havia dito, eu andava com dois telefones no bolso, um polaco (já descarregado) e outro alemão (também entregue as traças). Não adiantava me desesperar, as duas opções que tinha naquele momento era sentar e chorar ou andar desgovernado. Precisa dizer o que eu escolhi?

Claro que sentar e chorar! Hahahaha. O choro é livre amigo! Brincadeiras a parte, eu dei sorte. Com a agonia de ficar perdido o álcool perde o efeito sobre o corpo, chega a ser algo impressionante. Então respirei fundo e dei uma olhada ao redor. Havia cerca de três farmácias no local, parecia até piada. O infeliz falou que estava em frente a uma delas, mas não disse qual, então voltei à parada do trem para ter uma visão mais ampla do local. O que via era apenas gente de um lado para outro. Olhei em frente a uma das farmácias... Nada. A segunda... Nada. Terceira... Nada. Não era possível. Onde estava aquele infeliz? Virei de costas procurando um lugar para sentar e me lamentar, já estava cansado. Finalmente a luz divina. Bati o olho no sacana com o celular olhando de um lado para outro parecendo um suricati. Estava salvo.

Aproximei-me e foi aquele alívio, poderia até ir para casa naquele momento que para mim seria de boa. Claro que isso não aconteceu, era mais fácil o mundo se acabar naquele momento do que deixarmos de tomar a famigerada cerveja. Para onde iríamos? Rumba. Um bar, pub, sei lá o que era aquilo que pertencia a um amigo. Latino-americanos invadiram aquela cidade de um jeito que parece que a cada esquina tem-se um clube de salsa, merengue, lambada sei lá mais o que. Seguimos por uma rua e dobramos em uma esquina onde tinha um restaurante. Eu já não fazia idéia de onde estava só sabia que estava no centro.

Entramos nesse tal Rumba e a coisa estava quente, nada de falar alemão, era só espanhol lá dentro. Senti-me em casa. Tudo bem que espanhol mesmo eu não falo, mas nada que o velho portuñol não resolvesse. Meu primo parecia um velho conhecido da casa, cumprimentava a todos como se fosse dono do local ou até mesmo alguém famoso... Piada haha. Encostamos-nos ao balcão e fui apresentado ao barman, na verdade o dono do bar. O que você ganha quando conhece o dono do bar? Cerveja “for free”, é claro.

Essa cerveja caiu muito bem, além de ser de graça matou a minha sede. Enquanto o povo dançava freneticamente (sabe como são os latinos, né?) eu tomava minha cervejinha e conversava com algumas pessoas. Havia também alguns brasileiros, também amigos de meu primo, que essa altura já achava “pop”, que falavam sobre suas semanas agitadas. Eu já estava meio bêbado, afinal tinha encarado aquela cerveja durante todo o dia. Precisava gastar energia, precisava “bailar”. Foi então que seu Belino resolveu ir para a pista de dança e “llamar una chica guapa para bailar”.

Terminei meu copo e fui adiante. Havia uma garota bem “jeitosinha”, não tinha cara de alemã e estava dançando com todos. Chamei para dançar. Se você me conhece sabe que eu não sou um dançarino exímio, mas sei dar uns passos legais. Numa lambada ou num forró eu não faço feio, mas salsa, rumba e afins já complica um pouco. Consigo até seguir o ritmo e tapear a galera, mas dançar pra valer... Acho que nunca. A garota aceitou então “dançar” comigo, ela era colombiana e parecia muito animada, chamei logo de Shakira para dar uma moralzinha a ela. Dançávamos numa boa até que veio a pergunta:

- De que país você é?

Soltei um Brasil todo feliz e então o tapa da pantera.

- É por isso que seu espanhol é meio diferente e você não dança direito. Agora eu entendo.

Filha da mãe! Custava ser um pouquinho mais simpática? Mas é aquela coisa, não vou tratar mulher mal, então abri o meu sorriso amarelo.

- Nossa, é tão ruim assim? Parece que preciso de umas aulas.

- Certamente precisa, mas não está de todo mal, com um pouco de prática pode aprender rapidamente. Talvez você até saiba, mas parece um pouco embriagado.

É, embriagado eu estava, mas me senti derrotado, ouvir um elogio desses de uma menina que não era nenhuma Megan Fox é lasca. Mas deixei de lado, dei uma risadinha marota e peguei mais uma cerva para beber. Sei que a noite foi bem longa e pratiquei portuñol como nunca, mas se me pergunta se lembro de muito daquela noite, temo que minha resposta seja não. Claro, quase um ano se passou desde então, mas lembro que dancei com uma alemã meio maluquinha e depois fiquei conversando com ela um tempo. Lembro também que meu primo contou-me que um amigo dele havia perguntado:

- O que ele tanto conversa com ela? Ele sabe alemão?

- Não, e nem precisa. – respondeu meu primo.

- E como conversa tanto?

- Malandro é malandro, Mané é Mané. Tudo tem seu jeito, amigo.

Também não lembro o tópico da conversa, mas lembro que ela era de Berlin. Bem, isso pouco importa. Voltando para casa eu estranhei a minha saúde. Não senti vontade de vomitar, gofar ou nada assim. Pode ser um pouco nojento para você leitor, mas imagina um cara que bebe praticamente o dia inteiro de pé e sem vontade de chamar o velho Raul. Estava feliz com meu fígado, ele parecia de aço, até chegar ao portão do prédio. Enquanto meu primo tentava achar a chave eu via o mundo começar a girar. Foi algo instantâneo. Raul parecia que sairia de minha boca com toda força e o que eu fiz? Corri para a esquina onde não havia ninguém. Como se fosse resolver algo. Hahaha. Dei uma respirada forte, daquelas que até uma bola de gude entraria pelas narinas e assim consegui me controlar.

- Você está bem, cara?

- Acho que sim, é melhor eu deitar logo antes que essa ânsia maldita volte. Cerveja do capeta.

E foi assim que a noite acabou. Cabeça no travesseiro e praticamente um desmaio de tão rápido que dormi.

BR Na Europa!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Köln - Início de Noite



Era cerveja que não acabava mais. Beber com minha raça é um pouco sem noção, pois parece que eles vão beber todas as cervas do bar. O problema é que aquilo também era uma fábrica e ali não tinha como tomar TODAS! Foram muitas acredite, e até a mulher do meu primo já estava preocupada. A partir de agora nomearei os primos para que fique mais fácil a identificação, caso contrário até eu me perderei. Então chamemos os cabras de: primo1 e primo2, sendo o primo1 aquele que me buscou no aeroporto e primo2 aquele que fomos encontrar no centro da cidade. Hehe.

- Não já chega? Já estamos bebendo muito. – falou ela.

Se você um dia foi a Bahia sabia do vício de beber e com eles temos nomes para a última cerveja antes de irmos embora: Saideiras, sipiqueiras, de Jair, a última, a finada... É uma coisa sem fim. Mas já ficava tarde e a conta também ficava cada vez mais gorda. No mais, ainda tínhamos de jantar. Sim, naquela noite teríamos um jantar em família. Talvez me livrasse das batatas que tanto comia na Polônia e ficaria contente com um feijãozinho. Claro que a mulher de meu primo, a qual cozinhava, era vegetariana, então podia-se esperar de tudo.

A conta foi paga e podíamos deixar a taverna. As pernas se entrelaçavam mas eu ainda não estava no meu pior estado. Tudo que eu precisava era de um banho e tudo estaria lindo novamente. Um banho cairia bem, eram mais de vinte e quatro horas de inhaca e agora com bafo de cachaça. Era de mais pra mim. Justo eu que sempre falei mal dos europeus de que não gostam de banho, estava seguindo o mesmo exemplo. Claro que tinha um bom motivo... a cerveja. Mas nem eu aguentava o meu fedor.

Rumamos para casa visando o rango. Já estava meio faminto e o povo ainda me inventa de andar. Vício de europeu em achar que tudo é perto. Odeio andar. Passos e mais passos debaixo de uma garoa, ao menos o suor não escorria. Fazia frio e o vento parecia cortar a pele. Não era como na Polônia e o álcool também aliviava o frio, mas depois de um tempo tomando aquele vento na cara, eu já não sentia o nariz ou as orelhas.

Finalmente chegamos a casa e eu podia tomar meu banho. Não foi o famoso banho de gato, mas também não foi um banho demorado. Fiquei cheirosinho de novo e pronto para uma nova rodada. A mesa já estava arrumada e só faltava o rango aparecer. Entreguei uma camisa da seleção polaca ao primo2 para que ele desse ao meu pai como souvenir. Enquanto isso mais cerveja.

Quando a mulher de meu primo anunciou a janta à mesa meus olhos brilharam de alegria. Meu primo havia preparado um franguinho e ela os outros pratos. Sentamos a mesa e fui logo avisado:

- Belino, sei que você deve estar meio cansado desse tipo de comida, mas hoje comeremos... BATATA.

Jantar em família

E mais batata para alegrar


Que dor no coração. Mais batata para que eu engordasse. Definitivamente eu não voltaria a comer batata por uns três meses. Já não aguentava mais ver a cara daquele maldito caule que só nos faz engordar. Claro que educadamente falei:

- Sem problemas, eu até já me acostumei a comer esse treco amarelo.

Claro que tínhamos outros pratos, mas a batata seria o nosso “arroz” e acho que se não a comesse eu passaria fome o resto da noite. Todavia a comida estava excelente, eu só não pude exagerar no champignon porque o efeito é desastroso em meu rosto, fora isso comi feito um porco esfomeado.

Fotos, risadas e despedidas... Sim, o primo2, o qual demorei a encontrar e achei em frente à loja, estava indo para o Brasil com vôo logo pela manhã. Então após o rango, eu passaria na casa dele para conhecer a morada e pegar umas camisas para mim também. Vale lembrar que eu viajei apenas com vinte quilos de roupas, ou seja, o meu repertório não era lá tão grande e eu começava a repetir roupas demasiadamente, o que não era bom para a minha imagem de “galã de novela” uheuehueh. Claro que poderia comprar, mas eu começava a ficar mão de vaca devido à diminuição de minhas reservas.

Após a janta seguiu-se o plano. Seguimos para o metro, rumamos para o centro e de lá para o apartamento. Ahh, pára tudo. Esqueci de dizer que antes precisávamos esquentar o peito, então paramos num mercadinho para comprar Jägermeister, uma bebida alemã que parece ser feita de ervas e quando desce esquenta o peito que é uma beleza. E apenas após uma dose desse treco que fomos para casa. O lance era o seguinte. Eu estava com minha mochila velha de guerra, botei as coisas dentro e então deveria encontrar o meu outro primo em frente a um bar.

Acredite é uma ótima bebida. Se tiver oportunidade beba.


Como desculpa, primo2 disse que me levaria ao metro para que eu não me perdesse. Eu já estava pra lá de Bagdá, mas me perder ali era meio difícil. Saímos de casa e ele falou que havia um bar brasileiro que deveríamos ir. Acho que ele também estava meio desajuizado, também... bebemos o dia todo. Era explicável. Mais uma paradinha para outro shot de Jägermeister e tudo estava lindo. Seguimos para o tal clube brazuca onde rolava um pagode. Um pagode sempre cai bem, ainda mais para mim que já tinha alguns meses que não via um. Entramos no tal bar e ele tinha bem pouca gente. O pagode rolava com uma bandinha até boa, mas sem gente dançando nem nada disso. Tomei mais uma cerva com o primo2 e dei um tempinho por lá.

O pagode não animou muito, engraçado era ver os BRs fazendo cara de espanto quando eu falava que estava na Polônia: “Mas lá não é muito frio?”. Perguntaram três garotas que estavam no pagode. Claro que é frio aqui nesse fim de mundo, mas se tem alguém para te esquentar tudo fica lindo certo? Não era sempre como estar em Katowice sofrendo...

O celular tocou. Primo1 esperava-me ansioso. Ele queria saber onde diabos eu tinha me metido com primo2, além do mais, a mulher de primo2 estava tensa querendo saber porque ele demorava tanto, e ele no pagode, é mole? Como estava combinado eu iria ao encontro do primo1, até porque primo2 precisava muito ir para casa descansar, afinal ele teria que encarar uma pequena jornada de 10h de vôo, fora a viagem de trem de Köln até Frankfurt. Só de pensar fico cansado. Despedi-me do primo2 e desejei-lhe boa viagem, sai do bar.

No telefone o primo1 continuava a falar:

- Pega qualquer comboio ai onde você está e vai para a esquerda, na primeira parada você desce. Eu estou em frente a uma farmácia.

Fiz como ele disse. Peguei o primeiro trem urbano que passou e fui nele por uma parada, mais uma vez sem pagar, já na mão de vaquice. Desci e vi a farmácia. Fui até a porta e não vi o infeliz do primo1. Àquela altura do campeonato eu já não fazia idéia de como ir para casa. O celular estava com a bateria quase esgotada, mas tocou novamente. Quando atendi a bateria descarregou... eu estava perdido, meio bêbado, e em meio a uma multidão que andava de um lado para o outro no centro da cidade. Estava frito.



BR Na Europa!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Köln - O início

Antes de começar o post gostaria de pedir desculpas pelo tempo que levei para atualizar o blog. A verdade é que arrumei um emprego e ainda tenho projetos pessoais em andamento. Então desculpa galera. Vamos ao post:

A minha micro-mala já estava toda amassada devido a minha nova pesagem adquirida com batatas. A espera se estendia e eu ficava lá no frio com minha cara de paisagem. Bem, não estava lá tão frio, faziam 2 ou 3 graus positivos, e isso dava para tirar de letra. O ruim era esperar. Eu odeio esperar.

Por sorte não demorou muito, em cerca de meia hora avistei de longe meu primo e sua esposa. Abraços daqui, saudações, uma conversinha e seguimos para pegar o trem. Andamos rápido para a estação. O trem estava esperando para zarpar, corremos e entramos. Primeira impressão, perfeita.

O trem era limpo e novo, diferente dos trens polacos e tchecos. Agora realmente parecia que estava na Europa. Enquanto conversávamos uma cantoria deu-se início.

- É o time joga hoje. – Falou meu primo.

- Mas o povo já está enchendo a cara às 11 da matina?

- Normal, pai. Esse povo é assim. O time o Köln não ganha um jogo, mas é só um motivo pra encher a cara.

Ao menos a estação onde deceríamos não era longe. Coisa de dez minutinhos e poderíamos descer. A cantoria torrava a paciencia, mas o pior é que eu não estava tão nervoso pela cantoria. Estava nervoso por ser sábado pela manhã, os sacanas já estavam bêbados, e eu ainda não tinha tomado nem uma birita.

Descemos do trem e seguimos para casa, eu precisava comer alguma coisa. Larguei os bagulhos no quarto que arrumaram para mim e comi um sanduíche. Não tomei um banho, não tirei um cochilo, não troquei de roupa.

- Vamos para rua. Meu irmão está nos esperando. – disse meu primo.

- Beleza, é bom dar uma volta, fiquei jogado no aeroporto por muito tempo.

Saímos de casa em direção ao metro. Era uma caminhada curta. Entramos no trem.

- Não vamos pagar? – perguntei.

- Ah, são apenas duas paradas. Precisa não.

Ficava claro que não só na Polônia a galera se fazia de cego. Claro que brasileiro sempre quer tirar vantagem em tudo, e tenho certeza que se o mesmo sistema aplicado na Alemanha, Polônia ou Rep. Tcheca fosse aplicado no Brasil as empresas de transporte público iriam a falência no primeiro mês. Era simplesmente colocar o bilhetinho na máquina e se alguém resolvesse checar você mostraria. Na Rep. Tcheca os homens que faziam o controle só paravam japoneses turistas, e iam de monte em cima da pessoa, tipo 15 contra um ou 2. Na Polônia eles andam em pares, e já vi muita gente conseguir fugir na corrida. Mas na Alemanha o controle parecia ser mínimo. Ao menos não vi ninguém sendo verificado. Essa era a deixa para BR não por o bilhete.

Seguimos para o centro, descemos em Neumarkt ( Novo Mercado) e seguimos com destino à catedral, Döm. Meu primo esperava encontrar com seu irmão, meu outro primo é claro, em meio a bagunça das promoções pós-Natal. Andamos em círculos até recebermos a ligação da mulher do meu primo no 2. Estavam na Zara esperando a gente. Cumprimentos, abraços, matando a saudade da família e tudo mais. Fomos dar uma volta, pois o primo no 2 embarcaria ao Brasil no dia seguinte. A idéia era achar os últimos presentes para que ele levasse. Eu tinha comprado uma camisa da seleção polonesa de futebol para o meu pai, e entregaria, era o suficiente. Já o meu primo no 2 estava catando presente para toda a famíla, e acredite, a famíla é grande.

Ajudando nas compras no maior estilo "vai lacraia".

Acabadas as compras, era hora de parar para descansar um pouco. Andamos um bocado durante aquele resto de manhã. Paramos num café e saiu a pergunta:

- Vai querer beber o que, Belino?

Só me vinha a cerveja que os alemães estavam bebendo no trem na cabeça. Mas de barriga vazia é complicado. Precisava ao menos comer algo.

- Um cappuccino e um bolinho cairia bem.

Comi e tomei meu café. Saímos de lá para a catedral de Köln para tirarmos umas fotos. É um lugar realmente fantástico. A estrutura da igreja é linda com seu estilo gótico. Além disso, ela é tão imponente que se pode ver praticamente de qualquer ponto da cidade. É um lugar no mundo que vale a pena se ver. Não vou parar para descrevê-la, pois é algo que descreve-se sozinho com o visual. Claro que na internet você encontra imagens, mas não é a mesma coisa. Tem que ser ao vivo e a cores. Além disso, eu escreverei outros posts futuramente sobre a cidade de forma turística, pois dessa vez era para ver a minha raça e com esse propósito eu escreverei esse post.

Em frente a catedral, sem fotos do local para vcs =)


Coffee Break =)



Era hora de ir a taverna tomar uma cerveja. Descemos uma rua e demos de cara com um bar que também era uma pequena fábrica. Era hora da cana começar. Haha. A taverna era bem característica, parecia algo tipo aqueles filmes medievais, bem legal o ambiente. Adentramos e arrumamos um lugar. Estava lotado. Era hora da cachaça.

É cana manolo!

domingo, 14 de novembro de 2010

A Caminho da Alemanha


Após dois dias de meu amorzinho para lá e meu amorzinho para cá, recebi um convite para fazer uma nova viagem. A esposa de um dos meus primos fazia questão de que fosse visitá-los na Alemanha. Pagaria a passagem e eu ficaria com eles por uns quatro dias. Seria uma boa aparecer lá e mudar um pouco os ares. Eu começa até a gostar de Łódź, mas ainda não me enchia muito os olhos. Aceitei então o convite. 

Claro que a Priceless Girl não gostou muito da idéia. Ela queria viajar comigo, mas não podia, tinha que bater a marreta dela e como era nova na empresa preferiu não pedir dias de folga para isso. Eu iria num sábado pela manhã, dia 20.02, fazendo o trecho Warsaw-Köln às 9h da madrugada e voltaria no dia 24.02 às 6h40min da matina. Tinha uns três dias para me organizar. Como o primeiro vôo seria às nove. Achei que daria para sair de Łódź às seis da manhã, não era uma jogada muito inteligente uma vez que eu tinha que chegar um pouco antes já que seria uma viagem “internacional”. 

Eu não vou mentir, a essa altura do campeonato eu já estava com o bolso meio capenga. Ainda tinha um trocado mas custava a gastá-lo porque poderia ser o dinheiro a ser usado no Brasil para comprar alguma coisa. Então qualquer trocado que gastasse era lágrima. Eu tinha que ir a Varsóvia de qualquer jeito para pegar o vôo. O problema é que o trem custava uns 36 zlotys ( uns 18 reais na época ) só que eu teria que pegar mais um táxi da estação para o aeroporto, sendo que podia ser enrolado por um polaco metido a esperto e acabar tendo que pagar uma fortuna. A saída era ir de ônibus então. Sairia de Łódź e em cerca de 2h ou um pouco mais estaria em Varsóvia, só que já no aeroporto. 

Consultando o horário dos ônibus acabei tendo que sair de casa às cinco e meia da manhã. Dava para chegar ao aeroporto horas antes e ficar tranqüilo lá até embarcar. Logo esse era o caminho, seria mais barato e mais seguro. Melhor esquecer esse lance de trem, mesmo porque minhas experiências com eles não eram das melhores. 

No dia da viagem a Priceless Girl levou-me à estação para que eu pegasse o ônibus. Pegamos um táxi e seguimos para o centro. Tínhamos que esperar no frio enquanto o ônibus não aparecia. Ficamos lá conversando abraçados tentando nos aquecer e conversando. Ela realmente queria ir comigo, mas não tinha como. Um, dois, três ônibus e nada do meu aparecer. Seria realmente ali que deveríamos esperar? Tínhamos certeza que sim, mas já passava do horário e o ônibus não aparecia. Perguntamos, quer dizer, a Priceless Girl perguntou a um senhor se era ali que deveríamos esperar. Ele disse que sim, que também estava esperando o transporte e que sempre fazia o trecho nesse horário, que poderia ficar tranqüilo que ele passaria. 

O coroa estava certo, o ônibus demorou, mas apareceu. Eu carregava apenas uma mochila e minha micro-mala. Não tinha por que carregar um monte de bagulho para quatro dias. Remember: Travel Light. Hehe. Despedi-me da Priceless Girl e entrei na bumba. Fiquei um pouco triste por deixar meu amorzinho por uns dias. Mas é sempre bom rever os familiares, mesmo que seja por pouco tempo. 

Como disse anteriormente, a viagem duraria cerca de duas horas, e a primeira parada em Varsóvia seria a minha, o aeroporto. O ônibus partia e eu via a minha garota indo para um táxi tentando voltar para casa. Como no inverno o sol nasce bem mais tarde, eu poderia aproveitar para cochilar, eram cinco e meia da madrugada e eu ainda tinha duas horas. Claro que tinha o medo de passar do ponto como ocorreu em Praga, mas ao menos não tinha o “Russo”. Dava para dormir numa boa. 

O ônibus ia silenciosamente cortando a cidade de Łódź, o sono me dominava e eu queria tirar aquele cochilo. Dormi. Mas não era aquele sono gostoso, era aquele sono tipo: “Ai meu Deus, onde eu estou?”. E você sabe que dormir assim é uma droga, né? Você não descansa direito e ainda não está completamente atento ao que está acontecendo. A cada cinco minutos eu acordava meio que no desespero. Além do mais, com esse negócio de neve e pista escorregadia, eu não confiava no motorista. 

Em um desses cochilos senti o ônibus parando. Era uma cidadezinha e o motorista parecia fazer hora lá. Eu acordei meio que no desespero, pois não sabia onde estava. Também não sabia que teria aquela parada antes de Varsóvia, mas como o motorista havia dito que só pararíamos no aeroporto, acalmei-me e voltei a “nanar”. 

A viagem continuava até chegarmos a uma via expressa. Nesse momento eu resolvi não dormir mais. Pela janela via a neblina se dispersar e já não me preocupei tanto. Meu medo era simplesmente “dormir no ponto”. O ônibus ia até rápido demais para as condições da pista, mas não havia curvas. De repente quebramos a direita. A frente havia um prédio grande, certamente o aeroporto. O ônibus aproximou-se de um estacionamento e parou. Desci com minha mochila e minha mini-mala. Era o aeroporto. 

Segui para o saguão principal. O aeroporto era um ovo, menor até mesmo que o de Aracaju, se é que isso é possível. Brincadeira, haviam dois saguões, eu fui ao primeiro, mas não encontrei informação alguma, então segui para o segundo onde pude ver guichês das agências de viagem. Uma bagunça. Foi então que vi em uma das telas onde mostra os vôos a acontecer no dia. Lá tinha o meu embarque, Köln-Bonn, e o horário que 
seria, com mais uma informação dizendo que o guichê ainda não estava aberto. Claro que não estava, ainda é sete e meia da manhã “carai”. Foi ai que resolvi. 

- Vou catar uma cadeira para tirar um cochilo. Assim eu chego na Alemanha descansado e tenho forças para dar uma volta logo pela manhã. 

Subi umas escadas e vi uns bancos acima junto a uma tela com os embarques. Era o local perfeito para o cochilo. Dava para olhar a tabela e estar sempre atualizado no horário. Fiquei lá por uns cinqüenta minutos, dormindo e acordando para olhar as atualizações na tabela. Era melhor do que nada. Fiquei lá na maior maresia do mundo. Até que apareceu que o guichê estava aberto. 

Desci as escadas e dirigi-me ao tal balcão. Era o primeiro e único da fila. A mulher me atendeu em alemão. 

- Ou minha senhora, não tem como falar inglês, não? 

- Desculpe. Passaporte, por favor. – falou em inglês. 

Bem melhor. Entreguei o tal passaporte e ela olhou para minha cara. Tudo nos conformes. 

- A sua bagagem, senhor. 

Bagagem? Eu só tinha duas malas que eram consideradas bagagem de mão. 

- Eu só tenho isso aqui. Preciso mesmo despachá-las? 

- O senhor tem direito a uma bagagem. O que deseja fazer? 

Despachei a minha micro-maleta vendo a cara da gringa com vontade de rir. Não tinha porque fazer aquilo, mas já que tinha direito, por que não? Peguei o meu bilhete e segui para a sala de embargue. E aquele mesmo esquema chato de esperar a boa vontade de deixarmos entrar no avião. Porque raios demora tanto? Tudo em aeroporto é demorado. Um saco mesmo. Após mais uma hora de espera entrei na droga do avião e em uma viagem relâmpago, já estava em Köln. Num deu tempo nem de folgar o sinto pra peidar. 

Aterrisamos e fui pegar a minha micro-maleta. O povo saia cheio de bagulho e eu com uma malinha do tamanho de um ovo de codorna que só mal dava para por as meias. Peguei minha tranqueira e sai do aeroporto, ou ao menos tentei. Meu primo e sua esposa falaram que estariam a minha espera, e não estavam lá. Fiquei com cara de tacho. Pro meu consolo não estava frio como na Polônia. E eu não sabia o que fazer. Peguei o celular e tentei ligar pro meu primo. 

OCUPADO. 

Tentei ligara par a esposa dele... 

OCUPADO. 

Danou-se. Por sorte eu tinha guardado o telefone de meu outro primo, em caso de emergência, e liguei para ele choroso. 

- Eae cara, beleza? Rapaz, acho que me esqueceram aqui pelo aeroporto. 

- Oxe, eu pensei que você chegaria mais tarde. Pera que vou ligar para saber o que aconteceu. 

Fiquei lá esperando com cara de bunda. Normal... Recebi a ligação. 

- Eles já estão a caminho, pensaram que você chegaria mais tarde. Espera o pouquinho aí que já já eles aparecem. 

E foi isso... fiquei mofando na porta do aeroporto esperando a boa vontade do povo aparecer.

BR Na Europa!

sábado, 6 de novembro de 2010

A Sogra

Uma vez a Sra. Hakkinen me disse enquanto me mostrava a cidade de Praga:

- Você é uma pessoa adorável, difícil não gostar de ti.

Em um sábado pela manhã fiquei pensando nisso quando Priceless Girl deu-me uma notícia:

- Ah! Esqueci de falar. Minha mãe quer que jantemos na casa dela amanhã a noite.

Geralmente quando estamos num relacionamento e temos que conhecer os sogros entramos em pânico, mas graças a frase da Sra. Hakkinen eu fiquei tranqüilo. Afinal, segundo ela, eu era adorável e as pessoas gostavam de mim. Haha.

- Tudo bem. Amanhã iremos.

- Tem certeza?

- Qual o problema? Ela não vai correr atrás de mim com uma faca porque estou namorando a filha dela, certo?

- Tudo bem, confirmarei nossa presença.

Sabe aquele sentimento de que se você conhece sua sogra é porque a coisa está ficando séria? Pois foi isso que senti. Tinha pouco mais de uma semana desde que voltei à Polônia e recebi esse convite. Acho que eu esperava por isso e assim não liguei muito, mas o sentimento de que a coisa estava ficando séria tomou conta de mim.

Se pararmos para pensar eu cai de pára-quedas na vida da Priceless Girl. Ela tinha uma vida tranqüila até eu invadir o apartamento, tomar parte do guarda-roupa, começar a fazer compras, passear, dividir as despesas, limpar a casa... Meu Deus! Era uma vida de casado sendo que eu era a Maria e ela o João! Não vou mentir que os meus dias assim eram bem cômodos. Jogava meu videogame quando queria, ia ao cinema, tinha sempre um trocado no bolso... Estava tudo muito bem. Na verdade não sei do que as mulheres reclamam.

O jantar havia ficado para domingo. Priceless Girl e eu já havíamos combinado de ir ao mercado e fazer algumas compras antes de irmos para casa de sua mãe e foi isso que fizemos. Saímos pela manhã e ela mostrou-me outro mercado onde as coisas eram quase a metade do preço. Sacanagem! Custava dizer antes? Assim eu não precisava gastar tanto. O negócio ficava perto de casa, dava para ir andando que em 5min eu estaria lá.

Indo para o mercado... brrrrr


Voltamos para casa para que eu me “embonecar”. Tomei um banho, fiquei cheirosão e era hora de encarar a sogra. Sinceramente não fiquei nervoso nem nada. Já não posso dizer o mesmo da minha namorada, foi a primeira vez que a vi tão nervosa com alguma situação. A primeira de muitas... Saímos de casa, pegamos um ônibus e assim fomos para a casa da sogrinha.

Realmente ficava bem próximo do albergue que eu havia ficado hospedado quando fui a cidade pela primeira vez. Seguimos para o prédio e Priceless Girl interfonou. Nem precisou falar nada e a porta se abriu. A mãe dela já estava esperando ao pé do interfone provavelmente ansiosa. Subimos a escada e alguns andares acima a porta se abriu.

Uma senhora nos recebeu, era a senhora Priceless com um sorriso no rosto. Abraçou a filha e cumprimentou-me. Aparentava ser uma pessoa bem simpática assim como a filha. Mas fisicamente elas eram bem diferentes, acho que apenas na estatura se assemelhavam. Além disso, a Priceless Girl sempre agia de forma enérgica enquanto sua mãe tinha uma expressão de pessoa que adora dormir. Isso não vem ao caso. Entramos e fomos para a sala.

A expectativa para o rango era grande. Muitas meninas já me disseram que se ganha um homem pela boca. Mas esse não era o “dom” da minha namorada. Ela sabe cozinhar, mas no geral é comida polaca e macarrão. Ela sabe fazer todos os tipos de macarrão que você imaginar. Além disso, tem uma panqueca divina, nunca tinha comido panquecas como a dela. Voltando à mesa, esperava dessa vez ser “laçado” pela boca.

A primeira refeição... Sopa. Se você me conhece a fundo, sabe que esse é um prato que nunca me agradou. 
Não importa o tipo de sopa, para mim é tudo igual. Como convidado não pode dar pitaco. Agradeci e tomei caladinho a minha sopinha. Estava até gostosa, mas sopa... Não é comigo. Enquanto colocava o rango para dentro, a Sra. Priceless começou a conversar. Fui surpreendido com o seu inglês, desde que tinha chegado à Polônia, ninguém com mais de trinta anos havia falado outro idioma comigo a não ser o polaco.

A sogrinha vendia a boa imagem de seu país enquanto eu finalizava minha sopa. Troquei o prato e a refeição principal estava a caminho. Eu não lembro direito o que foi que comemos naquele dia, mas certamente algo com batata, ou algo feito com batata, ou até mesmo batata ao molho madeira... Não sei.

Após a janta um chazinho para esquentar o peito e mais bate-papo. Priceless Girl deixou-me sozinho com sua mãe para olhar algo no computador. Eu continuava a conversar numa boa. Até que ela perguntou: (Essa conversa será postada em inglês por motivos de força maior)

- So, do you like Poland?

- Not really. At least your daughter makes me like it a bit.

- I know, it’s really difficult here in Łódź. For example, the streets are full of digs.

Nesse momento eu me segurei… Cheias de que? Parecia que ela havia falado “dicks”. A pronúncia é um pouco parecida, mas para eu ouvir aquilo algo estava errado... Para que eu trouxe o meu para cá? Haha. Claro que não ri na cara da mãe dela, seria de muito mau gosto.

- Err. Seria melhor pegar um dicionário para rever essa frase aí. – falei com um sorriso amarelo na cara.

Ela chamou pela filha para perguntar do erro. Priceless Girl não disse nada e então sua mãe foi pegar o dicionário para conferir.

- Oh dear... I’m sorry.

- Sem problemas. Acho que eu ouvi errado. De qualquer forma, melhor usar um sinônimo.

Eu ria por dentro, mas não podia mostrar. Que coisa... Cheia de “dicks”. Lá ele. O papo continuava e a coisa ficou mais séria. Ela começava as famosas perguntas sobre as intenções com sua filha. Aí sim a coisa apertou.

- E qual são suas intenções com minha filha?

- Não posso dizer ainda. Não depende só de mim. Gosto muito de sua filha, mas não posso definir nosso futuro sozinho. Ela também tem que mostrar o que deseja. Amo sua filha, mas não depende só de mim.

Meu Deus... Falei que amava a Priceless Girl do nada. Acho que foi o subconsciente. Nem eu sabia o que falar em seguida e mal consegui pensar. O palco estava armado e agora eu era o centro das atenções. Coração mole esse meu. Talvez estivesse gostando da minha vida de Maria. Vai saber. Ao menos fui salvo pelo gongo.

- Temos que ir para casa. – falou minha namorada.

- É melhor.

Despedimo-nos da Sra. Priceless e seguimos para casa. Eu queria que a viagem fosse em silêncio. Não aconteceu. Ela queria saber o que sua mãe conversado comigo.

- Nada de mais, só disse a ela que te amava.

BR Na Europa!