terça-feira, 8 de março de 2011

Papo de Boleiro

O dia seguinte é sempre um transtorno. Uma inhaca de cerveja tomava conta de meu corpo e tá pensando que acabou? Nahh te peguei! Acabou sim. Nada de cerveja. Ao menos a ressaca não era das piores. Nada que um banho não resolvesse. Iríamos sair para ver algo no centro e depois visitar um amigo. Esse era o plano.

Arrumamo-nos e saímos de casa. Fomos direto ao centro da cidade para verificar alguma coisa que agora não me vem a cabeça. Aproveitei e dei uma paradinha numa loja onde vi uma jaqueta legal com um bom preço. Já que ficaria até Março, seria ideal comprar uma jaqueta para tal estação. Claro que ficar bonitinho para fotos também é legal, mas que se dane, nem máquina fotográfica eu tinha. Haha.

Resolvemos o tal pepino e voltamos para casa. Deixamos as coisas lá e almoçamos. Era por volta das 15h quando saímos novamente. Iríamos do outro lado da cidade visitar uns amigos. Eram meio bolivianos, meio brazucas que viviam em Köln há um tempo. Pegamos o carro e partimos. Indubtavelmente eu estava mais perdido que agulho na palheiro. Se me deixassem ali eu não saberia ir para canto algum. Mas estava seguro, achava eu.

Após alguns minutos perdido na direção meu primo se achou. Chegamos à casa do pessoal e fomos bem recebidos. Havia alguns familiares deles que os estavam visitando. E o mais legal foi ouvir o Portunõl dos bolivianos, ou eram peruanos? Já não me lembro. O que me recordo agora foi que me ofereceram uma tal feijoada que não pude recusar. Havia dois meses que não comia um bom feijão e qualquer coisa que aparecesse num prato que fosse preto e parecesse feijão eu estaria me deliciando. E foi isso mesmo. Um famoso sobe-desce que parecia feijão e que ao invés de carne tinha pedaços de salsicha. Coisa de louco, a qual eu não poderia jogar fora. Seria uma afronta e o que fiz foi entupir o prato de farinha e pimenta, para comer aquela coisa.

Enquanto comia conversávamos sobre futebol e chuteiras. Os presepeiros eram metidos a boleiros, e para falar a verdade o único boliviano que acho que joga bola é o Marcelo Moreno, e olha que ele tem sangue BR. Pois bem, enguli aquele feijão enquanto eles arrumavam a pelada. Seria aquela noite e jogariamos com uns sulamericanos em Köln.

Pois bem, arrumei com eles uma chuteira e voltamos para casa para nos trocarmos. O problema ficou quando meu primo fez um falso marketing com meu nome. “Joga muito, é o novo Kaká”. Quem me conhece sabe que eu sou meio perna de pau, faço umas palhaçadas mas jogar pra valer é meio ruim de acreditar. Como a propaganda havia sido feita, eu tinha que mostrar serviço em campo.

Pegamos as muambas e fomos para o campo. Cheguei na maior marra, chuteiras nike total 90, e futebol do Nei Paraíba. Eu joguei... marquei gol... mas eu não aguentava nem mesmo correr. Pior, o jogo estava bem pegado e corrido, para um perna de pau sem preparo físico algum era como morrer. Mas eu sobrevivi. Também ninguém falou mal da minha qualidade técnica. Apenas meu primo é claro.


Você deve estar dizendo agora: “Pow demorou tanto tempo pra postar pra dizer essa meleca?”

Claro que não, demorei para postar porque não tenho tido tempo. Mas quem disse que o post acabou?

Após a pelada começa sempre a resenha do futebol. E adivinha? O espanhol predominava. E eu lá falo espanhol? Claro que sim, todo brasileiro fala espanhol. Ou não é verdade? É o que pensamos. Mas eu me comunicava até bem com um portuñol arranhado e desengonçado. Ao menos todos pareciam entender.Até que um venezuelano soltou.

- Si quieres podemos jugar de nuevo en dos días.
- Yo no puedo, tengo que volver a Polonia en la “terça-feira”.

E foi o suficiente para arrancar risos e olhares estranhos para que eu voltasse para casa sendo zoado pelo meu primo.

BR Na Europa!

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