sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Łódź - Dia, ops, Noite 1


O primeiro dia, ou melhor, noite, na cidade de Łódź foi legal. Priceless Girl levou-me para  casa dela direto da estação de trem para jantar, e só depois ela me levaria ao albergue o qual eu ficaria.

Eu estava um bagaço. Fedia a cerveja, estava cheio de olheiras, com frio, cansado e com muito, mas muito sono mesmo. Acho que se tivesse ficado mais uma hora dentro do trem, ela teria que me carregar nas costas para chegar ao táxi. Uma viagem de nove horas de duração se estender a dezoito é muita sacanagem. Quase um dia inteiro passando frio naqueles trens foi de mais para mim. Finalmente eu teria uma boa refeição e tomaria um belo banho.

Pegamos o táxi e fomos para casa dela. Eu não faço idéia qual a primeira impressão que ela teve de mim, porque só o fedor poderia acabar com qualquer chance que eu teria. Ela era muito mais bonita pessoalmente do que em fotos e muito simpática também. Fomos conversando no táxi e eu contava porque demorei tanto a chegar.

- Eu não acredito! Tudo isso? – perguntou ela.

Às vezes nem eu mesmo acredito no que aconteceu comigo desde que cheguei a Europa. Muita zica cara. Claro que coisas boas também aconteceram, mas é muito mais fácil contar algum fato estranho de forma interessante do que fatos legais.

Enquanto contava eu dava uma olhadinha na cidade. Como era cinza e sem cor... Coberta de neve e gelo para todo lado. Chegava ser depressivo. Aproximamo-nos da casa dela. Estávamos numa espécie de condomínio próximo ao parque da cidade. Prédios bem antigos. Subimos a escadaria e ela abriu a porta.

- Não repare a bagunça. Como você sabe, mudei-me recentemente e muita coisa ainda precisa ser revista.

Era um apartamento pequeno, mas bem aconchegante. Senti aquele calor saindo de dentro do local... Ahh, era tudo que eu precisava. Entrei pelo corredor, ela mostrou-me a cozinha, o banheiro e a sala. Era isso, agora entendi porque não poderia ficar lá. Teria de dividir a cama, o que não seria uma má idéia, mas seria estranho algo assim logo de cara.

Pedi para tomar um banho antes de jantar e ela me concedeu a honra de usar o banheiro ainda não totalmente reformado. Entrei no banheiro e larguei minhas coisas lá. Ela começava a cozinhar o que seria um macarrão aí. Lembrei-me de uma coisa. Voltei e falei com ela:

- Desculpa, mas esqueci de te pedir uma coisa.

- Precisa de algo, tipo sabão?

- Não, não. Eu sei que essas coisas não se pede mas eu poderia te dar um beijo. Isso me deixaria mais a vontade.

Ela olhou para mim cara com olhos esbugalhados e essa era a minha deixa. Parti pro abraço e fiz meu gol mesmo estando fedorento e um caco. Não teve escapatória. Fui tomar meu banho feliz enquanto ela ainda se recuperava do “Impacto Profundo” do “Beijo do Belino”. Olha, eu não sou malemolente como você pensa, mas eu esperei muito para beijá-la, e quando a vi pela primeira vez ao vivo a emoção foi forte, por isso o beijo. Demorei uns trinta minutos para tirar aquele fedor de cerveja do corpo.

Tivemos uma ótima noite, mas eu precisava ir para o albergue dormir. Caso a mãe dela soubesse que eu estava lá a coisa seria um pouco desagradável.

Pegamos outro táxi e ela me levou para um pequeno lugar que seria perto da casa de sua avó. Lá eu passaria a noite e no dia seguinte a encontraria. Fiz o check-in me joguei na cama e apaguei, eram três da manhã e após  vinho e um ótimo momento com a Priceless Girl, eu precisava colocar minha cabeça no travesseiro. Começava assim meu período na cidade de Łódź.


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