quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Encontros...

O dia seguinte já estava todo agendado. Primeiro iria à embaixada, depois iria dar um passeio com a Sra. Hakkinen para que ela me mostrasse parte da cidade que eu não conhecia. Logo pela manhã fui ao centro, rumo a embaixada brasileira. Esse negócio de embaixada é sempre um pé no saco. Cheguei e fui logo atendido pelo cônsul. Ele ficou surpreso ao me ver novamente e perguntou como estava o processo de abertura da empresa.

- Não há empresa nenhuma. Eu desisti e resolvi viajar um pouco mais.

- Sei, mas segundo a secretária o assunto de nossa conversa seria relativo a isso, certo?

- Exato. Gostaria de saber um pouco mais sobre o apoio financeiro da União Européia. O senhor não me comunicou.

- Ah, sim. Existe esse apoio, mas apenas a pessoas que possuem direitos como cidadãos tchecos, residentes e possuidores de visto permanente ou temporário. O senhor possui algum desses documentos?

- Não.

- Então não pode tê-lo. O processo é um pouco burocrático, mas semelhante ao sistema do BNDES, porém caso você mantenha a empresa não precisará reembolsar a união européia, desde que siga os passos de seu relatório inicial. Como o senhor não tem como dar início ao processo de abertura de empresa, acho que nossa conversa acaba aqui.

Simples e grosseiro. Sem chances pra mim e mais uma vez eu saia da embaixada murcho. Não tinha porque ficar em Praga, era melhor ir para a Polônia e ficar com minha nova namorada. Sai da embaixada, segui para estação e comprei passagens novamente para Łódź, dessa vez sem volta. Eu iria no sábado a noite, sim novamente a noite. Não havia passagens para Katowice durante o dia. Se eu desse de cara com o “russo” novamente eu acho que choraria.

Voltei para casa para esperar a Sra. Hakkinen, tínhamos combinado de sair para que ela me mostrasse alguns lugares. Ao abrir a porta tive a surpresa. Mika estava lá. Ela abriu um sorriso e me cumprimentou. Foi bem simpática, mas a situação era incômoda. Não havia ninguém na casa a não ser ela. Não queria ficar lá com ela, eu poderia fazer alguma besteira. Então, chamei-a para tomarmos um café na galeria que ficava próximo a casa. Ela aceitou.

Conversamos um pouco, sobre a vida. Ela só falava do trabalho e eu da viagem, estava quase como o chato do trem. Na verdade eu só queria fazer com que o tempo passasse e a Sra. Hakkinen chegasse em casa. A Mika estava lá porque precisava ir ao médico. Iria voltar no mesmo dia para Ostrava, o que, não minto, deixou-me um pouco aliviado. Após um café bem enrolado, ela recebeu um telefonema. Era Chun Li certamente dando notícia ruim. Sua avó havia caído de uma cadeira e não conseguia se levantar. Ela estava presa dentro de casa e não tinha como ninguém entrar.

A queda da vovó me livrou da situação de ter de conversar com minha ex-noiva como se nada tivesse acontecido. Havia uma grande comoção na família para ajudar a snhora de certa idade, mas ninguém possuía a chave do apartamento a não ser o tio de Mika. A saída com a senhora Hakkinen foi cancelada devido a esse fato.

Como não tinha nada para fazer liguei para a Priceless Girl para avisar que eu estava voltando no sábado. Ela se desesperou:

- Mas rápido assim?! Pensei que você levaria um mês aí?

- Não gostou da notícia?

- Eu adorei, ficarei te esperando.

- Ah, tem mais um detalhe, dessa vez não ficarei em hotel.

- E onde você vai ficar?

- Em sua casa.

Acho que se fosse vídeo chamada eu poderia ver ela esbugalhar os olhos de susto. Ela gaguejou, falou que ia comunicar a mãe. Estava feito. Eu iria de mala e cuia para Polônia. 

BR Na Europa!

2 comentários:

  1. HuashaUHSuaH, essas tuas histórias Belino, parece mais filme de comédia romântica misturado com filme terror trash classe B auhasUHsauHsa... Agora eu gostei da determinação "Ah, tem mais um detalhe, dessa vez não ficarei em hotel." ausAUHSaUHSuh boa garoto ! xD

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