terça-feira, 12 de outubro de 2010

Você gosta de Ópera? Nem eu...

O segundo dia foi bem tranqüilo. Fui ao shopping, almocei (dessa vez comida italiana hehe) e sai para ver a cidade novamente. Não demorei a voltar para casa pós tinha que encontrar as garotas à noite para dar umas risadas.

Elas deixaram mensagem no Orkut com hora e local. Teria que ir a praça principal e encontrá-las às 20h. Estavam em cinco, uma era Estrela e as outras os nomes não vêm ao caso, estou sem criatividade hoje. Estrela era uma conhecida de longa data e estava viajando com sua irmã outras loucas como ela. Também iriam passar Réveillon em Praga e depois seguiriam para Berlin, se não me falha a memória. Naquela noite elas queriam ver o Teatro Nacional em Praga, um lugar onde eu havia passado pela porta, mas nem pensei em entrar.

Pegamos o metro e seguimos para o tal teatro antes de tomarmos alguns copos da ótima cerveja tcheca. Uma das garotas tinha um mapa turístico, melhor que o meu da McDonald’s é claro, e nos guiou até o local. Descemos na estação certa e seguimos até o teatro.

Estava muito frio naquela noite, mais que o comum. Precisávamos achar logo o maldito teatro porque eu já estava congelando. Chovia um pouco para piorar a situação. Ao menos a distância era pouca então em cerca de 10min de caminhada achamos o local em adentramos.

Havia dois velhos e um rapaz mais jovens vestidos a caráter. Eram trabalhadores do local e estavam lá para informar e verificar bilhetes e convites. Tínhamos a informação de que seria um balé ou algo do tipo. Uma das garotas era dançarina e já estava toda chorosa para ver a apresentação.

- Senhor, como devemos fazer para entrar? Quanto custa? – perguntou uma das meninas em inglês.

O velho simplesmente balançou a cabeça e apontou para o rapaz mais novo. Ele não falava inglês.

- Senhor, como devemos fazer para entrar? Quanto custa? – perguntou novamente em inglês dessa vez para o rapaz que lá trabalhava.

- No English. – foi o que ele respondeu.

A confusão estava armada, as meninas queriam entrar e o povo não entendia inglês. As poucas palavras que eu entendia em tcheco não ajudavam em nada naquele momento. As garotas insistiram até não poder mais. Mostraram dinheiro, se ajoelharam, apontaram para dentro do teatro e nada parecia adiantar. O cara simplesmente não entendia bulhufas.

Eu percebi que ele olhava meio vislumbrado para uma das meninas, vai ver nunca tinha visto brasileiras ou sei lá. Então ele fez um gesto para que esperássemos e foi falar com um dos velhos. A gente cochichava e já estava quase desistindo de entrar. Sem comunicação era impossível, era mais fácil vender cenoura a um macaco o chamando de coelho do que aquilo.  

Preparávamos-nos para ir embora quando o rapaz voltou dizendo:

- I help.

Ninguém entendeu nada, mas ele repetiu a frase e fez sinal para que o seguíssemos. Foi então que começamos a subir uma escadaria sendo guiados pelo homem de terno vermelho e gravata borboleta. As meninas riam a toa. “Será ele um estuprador? Se for a gente deixa o Belino e saímos correndo.”. Olha que amizade... Eu lá tentando ajudar e elas me soltam essa. “Ai amiga, eu acho que ele vai botar a gente para dentro de graça.Se for isso eu dou um beijo. haha”. Isso era o que estava realmente acontecendo.

Subimos uns cinco andares, não me recordo bem. Havia um hall com lugares para guardar o casaco, era de graça ao menos hehe. O carinha pediu para que fizéssemos silêncio ao entrar. Não era balé, era ópera. O lugar estava escuro para caramba, pois um ato tinha terminado. Achamos lugares e sentamos espalhados. O local era maravilhoso. Coisa que só se vê em cinema. As pinturas, os detalhes em ouro, o palco, a acústica... tudo é muito perfeito. A ópera foi uma chateação, eu cochilei um pouco, mas a peça pareceu interessante.

Ao sair dilema. Uma das meninas perdeu o número para pegar o casaco de volta. Como encarar aquele frio sem casaco? AHHAHA. O meu eu não daria nem a pau, ia morar lá no teatro. Ficamos lá catando. Mexe daqui, revira dali, levanta cadeira... Nada. Um casal percebeu que estávamos procurando o maldito papel com o número. Eles também o estavam, pois ao meu entender, a mulher do cara tinha deixado cair o papel dela. Só tem esperto. Por sorte ela achou o papel com o número que pertencia a nós.  Pegamos esse número e nos mandamos.

Saímos de lá felizes por não termos pagado as 500 coroas que custavam o ingresso (descobrimos depois) e por ver algo tão maravilhoso. Realmente o Teatro Nacional por dentro vale muito à pena.
Saímos de lá e atravessamos visando um pub. PIWO PRA GALERA! E assim um fim de noite interessante estava por vir...



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